Cenário de ruptura da democracia brasileira exige atenção dos sindicatos
- terça-feira, 11 de abril de 2017.
Entre os dias 7 e 9 de abril, mais de 100 pessoas participaram do I Seminário Nacional de Formação Sindical, promovido pela Federação Nacional dos Servidores do Judiciário nos Estados (Fenajud), em parceria com o sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará.
No segundo dia de evento, dois conceituadíssimos palestrantes debateram a importância da Formação Sindical na atualidade. O Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Sociologia, docente da Unicamp, Giovanni Alves, falou sobre "O Estado brasileiro: uma breve análise de suas metamorfoses históricas e sua conformação atual" e "A reengenharia no processo produtivo e na divisão técnica do trabalho na atividade judiciária e seus impactos sobre os trabalhadores da Justiça".
Para Giovanni, "a terceirização é um facilitador da fraude trabalhista e contribui não apenas para o desmonte da CLT, mas também para a desefetivação da própria Justiça do Trabalho", adverte o sociólogo Giovanni Alves ao analisar as causas que levaram à aprovação do PL 4330 e as possíveis consequências da lei da terceirização. Segundo ele, desde 1990, a partir dos governos Collor e FHC, "ocorre um processo lento e progressivo de desmonte da CLT", e a aprovação do PL 4330 na Câmara dos Deputados "dá apenas o 'tiro de misericórdia' no modelo 'rígido' de regulação do trabalho no Brasil".
Para o professor Giovanni, "a lei da terceirização vai exigir de nós reflexão crítica e capacidade de resposta radical, forçando os sindicatos a investirem mais na formação política dos quadros sindicais e na perspectiva da formação da consciência de classe sob pena de eles irem à ruína como instituição social relevante; ou educam-se as massas ou viveremos no pior dos mundos possíveis. Não podemos nos iludir - capitalismo global é isso aí. Caso a lei da terceirização seja instaurada, a resposta dos setores trabalhistas e popular na sua luta contra a exploração deve adquirir cada vez mais um caráter político de médio e longo prazo".
O Doutor em Ciências Sociais, disse ainda que, "as perspectivas para o trabalho devem ser de luta e reflexão, aproveitando a crise para elevar o nível de consciência das massas", finalizou.
Na segunda palestra do dia, Márcio Pochman, Doutor em Ciência Econômica, pesquisador de estudos sindicais, de economia do trabalho e docente na Unicamp, discorreu sobre a "Reestruturação produtiva e flexibilização do trabalho a partir da década de 1990, o novo ser da classe trabalhadora e suas implicações ao movimento sindical na atualidade".
Para Pochamnn, "estamos vendo um terceiro movimento de flexibilização da CLT que se dá num quadro recessivo e que, possivelmente, não deverá ter um impacto positivo no nível de emprego, mas sim o rebaixamento das condições de trabalho. Os impactos dessas medidas na demanda serão desfavoráveis, o que pode comprometer ainda mais uma possível recuperação da economia brasileira'.
Para o economista, o cenário de ruptura da democracia brasileira exige atenção dos sindicatos. "Não tem saída institucional e nem tradicional. Os que deram o golpe não entregarão pela via democrática, é hora dos sindicatos investirem em comunicação e mudar a forma de agir", garante.
Com o tema "Construindo coletivamente o saber para fortalecer a luta" a Federação dá mais um passo importante na formação sindical dos servidores do judiciário estadual. Para Luiz Fernando, presidente da Entidade, "Por meio do Seminário de Formação Sindical, a Fenajud ressalta a importância da qualificação do dirigente sindical. Grandes nomes estiveram conosco durante esses três dias e puderam compartilhar conhecimento e debates valiosíssimos. Eventos como este serão realizados com mais frequência para que possamos avançar nas discussões estratégicas com segurança", enfatiza.
Troca de experiências
Durante o último dia, os dirigentes sindicais compartilharam suas experiências, expectativas e conhecimentos. No encontro haviam participantes que acabaram de ser inseridos no movimento sindical e outros com dez, quinze ou mais de vinte anos de experiência.
Para o presidente do SINJEP-PA, Pepe Larrat, "Foi um ótimo compartilhamento e uma harmoniosa troca de experiências entre os participantes e facilitadores. O curso é de extrema importância para o movimento sindical. Estamos lisonjeados de sermos o primeiro estado a receber o Seminário", concluiu.
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No segundo dia de evento, dois conceituadíssimos palestrantes debateram a importância da Formação Sindical na atualidade. O Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Sociologia, docente da Unicamp, Giovanni Alves, falou sobre "O Estado brasileiro: uma breve análise de suas metamorfoses históricas e sua conformação atual" e "A reengenharia no processo produtivo e na divisão técnica do trabalho na atividade judiciária e seus impactos sobre os trabalhadores da Justiça".
Para Giovanni, "a terceirização é um facilitador da fraude trabalhista e contribui não apenas para o desmonte da CLT, mas também para a desefetivação da própria Justiça do Trabalho", adverte o sociólogo Giovanni Alves ao analisar as causas que levaram à aprovação do PL 4330 e as possíveis consequências da lei da terceirização. Segundo ele, desde 1990, a partir dos governos Collor e FHC, "ocorre um processo lento e progressivo de desmonte da CLT", e a aprovação do PL 4330 na Câmara dos Deputados "dá apenas o 'tiro de misericórdia' no modelo 'rígido' de regulação do trabalho no Brasil".
Para o professor Giovanni, "a lei da terceirização vai exigir de nós reflexão crítica e capacidade de resposta radical, forçando os sindicatos a investirem mais na formação política dos quadros sindicais e na perspectiva da formação da consciência de classe sob pena de eles irem à ruína como instituição social relevante; ou educam-se as massas ou viveremos no pior dos mundos possíveis. Não podemos nos iludir - capitalismo global é isso aí. Caso a lei da terceirização seja instaurada, a resposta dos setores trabalhistas e popular na sua luta contra a exploração deve adquirir cada vez mais um caráter político de médio e longo prazo".
O Doutor em Ciências Sociais, disse ainda que, "as perspectivas para o trabalho devem ser de luta e reflexão, aproveitando a crise para elevar o nível de consciência das massas", finalizou.
Na segunda palestra do dia, Márcio Pochman, Doutor em Ciência Econômica, pesquisador de estudos sindicais, de economia do trabalho e docente na Unicamp, discorreu sobre a "Reestruturação produtiva e flexibilização do trabalho a partir da década de 1990, o novo ser da classe trabalhadora e suas implicações ao movimento sindical na atualidade".
Para Pochamnn, "estamos vendo um terceiro movimento de flexibilização da CLT que se dá num quadro recessivo e que, possivelmente, não deverá ter um impacto positivo no nível de emprego, mas sim o rebaixamento das condições de trabalho. Os impactos dessas medidas na demanda serão desfavoráveis, o que pode comprometer ainda mais uma possível recuperação da economia brasileira'.
Para o economista, o cenário de ruptura da democracia brasileira exige atenção dos sindicatos. "Não tem saída institucional e nem tradicional. Os que deram o golpe não entregarão pela via democrática, é hora dos sindicatos investirem em comunicação e mudar a forma de agir", garante.
Com o tema "Construindo coletivamente o saber para fortalecer a luta" a Federação dá mais um passo importante na formação sindical dos servidores do judiciário estadual. Para Luiz Fernando, presidente da Entidade, "Por meio do Seminário de Formação Sindical, a Fenajud ressalta a importância da qualificação do dirigente sindical. Grandes nomes estiveram conosco durante esses três dias e puderam compartilhar conhecimento e debates valiosíssimos. Eventos como este serão realizados com mais frequência para que possamos avançar nas discussões estratégicas com segurança", enfatiza.
Troca de experiências
Durante o último dia, os dirigentes sindicais compartilharam suas experiências, expectativas e conhecimentos. No encontro haviam participantes que acabaram de ser inseridos no movimento sindical e outros com dez, quinze ou mais de vinte anos de experiência.
Para o presidente do SINJEP-PA, Pepe Larrat, "Foi um ótimo compartilhamento e uma harmoniosa troca de experiências entre os participantes e facilitadores. O curso é de extrema importância para o movimento sindical. Estamos lisonjeados de sermos o primeiro estado a receber o Seminário", concluiu.
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