Fenajud realiza o I Encontro de Negras e Negros da Federação
- segunda-feira, 15 de maio de 2023.
Entre os dias 18 e 19 de maio acontece, em Salvador, o I Encontro de Negras e Negros da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), que tem o seguinte tema: "Sob o machado de Xangô: a justiça que queremos é africana".
O objetivo do encontro é debater estratégias para o fortalecimento individual e coletivo das pessoas negras a partir do resgate de tecnologias sociais, culturais e espirituais africanas, visando a superação do atual modelo de Justiça racista e classista, além de contribuir com a organização coletiva das trabalhadoras e dos trabalhadores negros do Judiciário.
Segundo a Coordenadora de Gênero, Etnia e Geracional da Fenajud, Ana Carolina Lobo, o documento norteador da atividade aponta que "Desde 1888 até os dias de hoje, o povo negro carrega o fardo da injustiça sofrida e da perseguição a sua cultura e modo de vida. O racismo estrutural afeta a vida objetiva e subjetiva da população negra brasileira de modo perverso, se expressando por meio do genocídio especialmente de jovens negros e periféricos -através da fome, pobreza e do encarceramento em massa, os quais seguem destruindo sonhos e vidas. O Brasil não acertou suas contas com o passado e segue longe de uma reparação histórica que possa ser digna desse nome, sendo o último país do mundo a abolir a escravidão negra".
Outro ponto importante que consta no documento é que "quando olhamos para o papel do Poder Judiciário nisso tudo, podemos ver sua cumplicidade histórica com a opressão do povo negro, desde o fornecimento de todo o arcabouço jurídico para a escravidão que, vale ressaltar, sempre foi totalmente legal, até a estigmatização desse povo pós-abolição. E mesmo nos dias atuais, o Poder Judiciário continua sendo elitista, classista e racista: continua encarcerando pessoas negras em massa (que representam cerca de 67% da população carcerária). A cada dez jovens assassinados no Brasil, 8 são negros. As mulheres negras representam 7 em cada 10 das mulheres assassinadas por armas de fogo".
Sobre a escolha do tema (Sob o machado de Xangô: a justiça que queremos é africana), vale lembrar que Xangô é o orixá africano que representa a justiça.
Confira abaixo a programação completa do evento:
Dia 18
8h - Abertura e boas vindas
8h15 - Atividade cultural
8h45 - Mesa de abertura
Sob o machado de Xangô: uma proposta ética-jurídica a partir da ancestralidade e orixalidade africanas.
Palestrantes: Chiara Ramos, representante da Abayomi Juristas Negras e autora do livro "A Justiça é uma Mulher Negra"; Sérgio São Bernardo, professor da UNEB-Salvador, assessor chefe da Reitoria da UNEB e autor do livro Direito e Filosofias Africanas no Brasil.
11h45 - Pausa para o almoço
13h30 - Africanizar o cotidiano, construir pertencimento: a justiça começa na comunidade.
Taisa Ferreira, professora, doutoranda em Educação, mulherista africana e idealizadora o Mawakana Experiências Educacionais Afrocêntricas; Ulisses Passos, advogado e pan-africanista.
15h45 - Ações afirmativas e leis para proteger e trazer reparação histórica à população negra: avanços e ajustes necessários.
Lívia Vaz, promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia e autora do livro "A Justiça é uma Mulher Negra"; Marlon Reis, advogado e secretário-geral da Comissão de Direitos Difusos e Coletivos do Conselho Federal da OAB.
17h45 - Tenda das Histórias
Janivaldo Ribeiro, coordenador geral da Fenajud.
Dia 19
8h - Racismo, saúde mental e estratégias de enfrentamento/superação.
Camille Gomes, psicóloga social, mestra em Antropologia, co-fundadora do Coletivo Escutas Pretas e coordenadora de Formação do Coletivo Negro Minervino de Oliveira; Janaína Costa, mestra em História Social, responsável pela página "Ela é só a babá" e podcast "Quadro de Empregada".
10h30 - Atividade Cultural
Slam das Minas BA
11h - Debate em grupos - parte I
12h - Pausa para o almoço
13h30 - Deslocamento para visita a local histórico para a população negra (em fase de confirmação) e realização do debate "Constitucionalismo negro e direito à liberdade religiosa".
Samuel Vida, advogado e professor universitário (FDUFBA), coordenador do Programa Direito e Relações Raciais da UFBA; Frei Davi, diretor executivo da Educafro Brasil; Murilo Fiscina, historiador e especialista em cultura afro-brasileira.
16h - Retorno ao hotel para finalização do debate nos grupos.
17h15 - Início de plenária propositiva e aprovação de planos de lutas.
18h - Encerramento do evento com avaliação coletiva.
Assessoria SindJustiçaRN, com informações da Fenajud
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O objetivo do encontro é debater estratégias para o fortalecimento individual e coletivo das pessoas negras a partir do resgate de tecnologias sociais, culturais e espirituais africanas, visando a superação do atual modelo de Justiça racista e classista, além de contribuir com a organização coletiva das trabalhadoras e dos trabalhadores negros do Judiciário.
Segundo a Coordenadora de Gênero, Etnia e Geracional da Fenajud, Ana Carolina Lobo, o documento norteador da atividade aponta que "Desde 1888 até os dias de hoje, o povo negro carrega o fardo da injustiça sofrida e da perseguição a sua cultura e modo de vida. O racismo estrutural afeta a vida objetiva e subjetiva da população negra brasileira de modo perverso, se expressando por meio do genocídio especialmente de jovens negros e periféricos -através da fome, pobreza e do encarceramento em massa, os quais seguem destruindo sonhos e vidas. O Brasil não acertou suas contas com o passado e segue longe de uma reparação histórica que possa ser digna desse nome, sendo o último país do mundo a abolir a escravidão negra".
Outro ponto importante que consta no documento é que "quando olhamos para o papel do Poder Judiciário nisso tudo, podemos ver sua cumplicidade histórica com a opressão do povo negro, desde o fornecimento de todo o arcabouço jurídico para a escravidão que, vale ressaltar, sempre foi totalmente legal, até a estigmatização desse povo pós-abolição. E mesmo nos dias atuais, o Poder Judiciário continua sendo elitista, classista e racista: continua encarcerando pessoas negras em massa (que representam cerca de 67% da população carcerária). A cada dez jovens assassinados no Brasil, 8 são negros. As mulheres negras representam 7 em cada 10 das mulheres assassinadas por armas de fogo".
Sobre a escolha do tema (Sob o machado de Xangô: a justiça que queremos é africana), vale lembrar que Xangô é o orixá africano que representa a justiça.
Confira abaixo a programação completa do evento:
Dia 18
8h - Abertura e boas vindas
8h15 - Atividade cultural
8h45 - Mesa de abertura
Sob o machado de Xangô: uma proposta ética-jurídica a partir da ancestralidade e orixalidade africanas.
Palestrantes: Chiara Ramos, representante da Abayomi Juristas Negras e autora do livro "A Justiça é uma Mulher Negra"; Sérgio São Bernardo, professor da UNEB-Salvador, assessor chefe da Reitoria da UNEB e autor do livro Direito e Filosofias Africanas no Brasil.
11h45 - Pausa para o almoço
13h30 - Africanizar o cotidiano, construir pertencimento: a justiça começa na comunidade.
Taisa Ferreira, professora, doutoranda em Educação, mulherista africana e idealizadora o Mawakana Experiências Educacionais Afrocêntricas; Ulisses Passos, advogado e pan-africanista.
15h45 - Ações afirmativas e leis para proteger e trazer reparação histórica à população negra: avanços e ajustes necessários.
Lívia Vaz, promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia e autora do livro "A Justiça é uma Mulher Negra"; Marlon Reis, advogado e secretário-geral da Comissão de Direitos Difusos e Coletivos do Conselho Federal da OAB.
17h45 - Tenda das Histórias
Janivaldo Ribeiro, coordenador geral da Fenajud.
Dia 19
8h - Racismo, saúde mental e estratégias de enfrentamento/superação.
Camille Gomes, psicóloga social, mestra em Antropologia, co-fundadora do Coletivo Escutas Pretas e coordenadora de Formação do Coletivo Negro Minervino de Oliveira; Janaína Costa, mestra em História Social, responsável pela página "Ela é só a babá" e podcast "Quadro de Empregada".
10h30 - Atividade Cultural
Slam das Minas BA
11h - Debate em grupos - parte I
12h - Pausa para o almoço
13h30 - Deslocamento para visita a local histórico para a população negra (em fase de confirmação) e realização do debate "Constitucionalismo negro e direito à liberdade religiosa".
Samuel Vida, advogado e professor universitário (FDUFBA), coordenador do Programa Direito e Relações Raciais da UFBA; Frei Davi, diretor executivo da Educafro Brasil; Murilo Fiscina, historiador e especialista em cultura afro-brasileira.
16h - Retorno ao hotel para finalização do debate nos grupos.
17h15 - Início de plenária propositiva e aprovação de planos de lutas.
18h - Encerramento do evento com avaliação coletiva.
Assessoria SindJustiçaRN, com informações da Fenajud
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