CUT-PB organiza seminário “50 anos da Ditadura Militar no Brasil”
- quinta-feira, 13 de março de 2014.
Discussão foi feita por Nadja Brayner, ex-vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia, e Lilia Gondim, da assessoria da Comissão Pernambucana da Memória e Verdade
Fonte: cut.org.br - 13.03.2014
Durante todo mês de março, a Central Única dos Trabalhadores da Paraíba (CUT-PB) junto com outros sindicatos estarão realizando palestras e encontros em todo estado da Paraíba para homenagear todas as mulheres trabalhadoras do estado. Um desses eventos foi realizado nesta terça-feira (11) no auditório do Sinttel em João Pessoa. O Seminário "50 anos da Ditadura Militar no Brasil" e Reforma Política, foi ministrado por Lilia Gondim, da assessoria da Comissão Pernambucana da Memória e Nadja Brayner, ex-vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia.
Geni, presa e torturada
Nadja Brayner falou sobre a visão social do papel das mulheres perante a sociedade na época da ditadura; as experiências da classe de mulheres que se envolveram com a luta contra a repressão no país; e as situações de humilhação que as vitimizaram naquele período.
A violência sexual atingiu a maior parte das mulheres presas durante a ditadura militar. Segundo Najda, a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara tem um papel fundamental no processo de recuperação dos documentos dessa obscura época do país, "Grande parte delas foram estupradas. Tivemos, na Comissão Da Verdade, vários depoimentos de mulheres, jovens na época da ditadura, que foram presas, torturadas e estupradas".
De acordo com a ex-vice-presidente, o depoimento mais recente foi de Geni, ex-torturada e oitava testemunha do massacre da Granja São Bento. "Geni é viúva de José Manoel da Silva, militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) assassinado na chacina. Ela foi estuprada por quatro agentes do Dops, engravidou, abortou o filho, tentou se suicidar, sofreu represálias e foi perseguida até 1989. O depoimento dela emocionou a todos, tivemos que parar diante a comoção das pessoas presentes no momento", destacou.
Ainda sobre a comissão, Najda destaca: "Esse processo representa um trabalho histórico de recuperação do passado negro brasileiro, onde muitos filhos e filhas também foram perseguidos pelos militares."
Vou contar para meus filhos
Durante a palestra de Lilian Gondim foi exibido o documentário "Vou contar para meus filhos", produzido em 2010, dirigido por Tuca Siqueira e aprovado pelo Programa Marcas da Memória da Comissão da Anistia. O documentário pernambucano narra a história de presas políticas na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor em Pernambuco. No documentário, cada mulher relembrou os momentos de tortura que viveu, com depoimentos que relatam os métodos de tortura, através de pau de arara, choque elétrico e roleta russa.
A assessora da comissão reafirmou a presença forte de membros políticos em Recife na época da Ditadura: "Pernambuco era um estado que tinha muitos movimentos e organizações atuantes, todos militantes. Nesse filme vocês vão ver que em Recife tinha mulheres de várias organizações. O cenário é de emoção com o reencontro das mais de 20 mulheres torturadas pelo golpe de 64. Entre essas mulheres esta uma paraibana, Eridan Magalhães vítima da violência da ditadura militar", comenta.
Dia internacional da Mulher
Segundo relatos históricos, a Conferência Internacional da Mulher, realizada em 1910 e idealizada pela militante do Movimento Feminista alemão, Clara Zetkin instituiu o 8 de março como "Dia Internacional da Mulher". Em pouco tempo as manifestação se espalharam por toda Europa e América para celebrar com luta e reinvindicação o direito das mulheres na sociedade.
As lutas das Mulheres têm como marco histórico a data de 8 de março de 1857. Dia em que foi realizado na cidade de Nova York, uma manifestação coletiva feminina, que desencadeou uma greve com reivindicação de melhores condições de trabalho e salário, além de uma jornada de 10 horas diárias. No entanto, todo movimento teve um triste final com a morte das manifestantes em um incêndio criminoso.
Durante séculos de lutas as relações com o mercado de trabalho, com a família e com a sociedade tiveram transformações ascendentes com o tempo. A trajetória da participação política das mulheres em todo mundo e no Brasil ganharam repercussão através dos meios de comunicação e cada vez mais, foram conquistando seu espaço em todos os setores da sociedade.
Uma data conhecida internacionalmente como um dia especial para todas as mulheres é o símbolo do Mês de Março comemorado pela Secretária de Mulheres da CUT, Sinttel e demais sindicatos.
Voltar
Fonte: cut.org.br - 13.03.2014
Durante todo mês de março, a Central Única dos Trabalhadores da Paraíba (CUT-PB) junto com outros sindicatos estarão realizando palestras e encontros em todo estado da Paraíba para homenagear todas as mulheres trabalhadoras do estado. Um desses eventos foi realizado nesta terça-feira (11) no auditório do Sinttel em João Pessoa. O Seminário "50 anos da Ditadura Militar no Brasil" e Reforma Política, foi ministrado por Lilia Gondim, da assessoria da Comissão Pernambucana da Memória e Nadja Brayner, ex-vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia.
Geni, presa e torturada
Nadja Brayner falou sobre a visão social do papel das mulheres perante a sociedade na época da ditadura; as experiências da classe de mulheres que se envolveram com a luta contra a repressão no país; e as situações de humilhação que as vitimizaram naquele período.
A violência sexual atingiu a maior parte das mulheres presas durante a ditadura militar. Segundo Najda, a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara tem um papel fundamental no processo de recuperação dos documentos dessa obscura época do país, "Grande parte delas foram estupradas. Tivemos, na Comissão Da Verdade, vários depoimentos de mulheres, jovens na época da ditadura, que foram presas, torturadas e estupradas".
De acordo com a ex-vice-presidente, o depoimento mais recente foi de Geni, ex-torturada e oitava testemunha do massacre da Granja São Bento. "Geni é viúva de José Manoel da Silva, militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) assassinado na chacina. Ela foi estuprada por quatro agentes do Dops, engravidou, abortou o filho, tentou se suicidar, sofreu represálias e foi perseguida até 1989. O depoimento dela emocionou a todos, tivemos que parar diante a comoção das pessoas presentes no momento", destacou.
Ainda sobre a comissão, Najda destaca: "Esse processo representa um trabalho histórico de recuperação do passado negro brasileiro, onde muitos filhos e filhas também foram perseguidos pelos militares."
Vou contar para meus filhos
Durante a palestra de Lilian Gondim foi exibido o documentário "Vou contar para meus filhos", produzido em 2010, dirigido por Tuca Siqueira e aprovado pelo Programa Marcas da Memória da Comissão da Anistia. O documentário pernambucano narra a história de presas políticas na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor em Pernambuco. No documentário, cada mulher relembrou os momentos de tortura que viveu, com depoimentos que relatam os métodos de tortura, através de pau de arara, choque elétrico e roleta russa.
A assessora da comissão reafirmou a presença forte de membros políticos em Recife na época da Ditadura: "Pernambuco era um estado que tinha muitos movimentos e organizações atuantes, todos militantes. Nesse filme vocês vão ver que em Recife tinha mulheres de várias organizações. O cenário é de emoção com o reencontro das mais de 20 mulheres torturadas pelo golpe de 64. Entre essas mulheres esta uma paraibana, Eridan Magalhães vítima da violência da ditadura militar", comenta.
Dia internacional da Mulher
Segundo relatos históricos, a Conferência Internacional da Mulher, realizada em 1910 e idealizada pela militante do Movimento Feminista alemão, Clara Zetkin instituiu o 8 de março como "Dia Internacional da Mulher". Em pouco tempo as manifestação se espalharam por toda Europa e América para celebrar com luta e reinvindicação o direito das mulheres na sociedade.
As lutas das Mulheres têm como marco histórico a data de 8 de março de 1857. Dia em que foi realizado na cidade de Nova York, uma manifestação coletiva feminina, que desencadeou uma greve com reivindicação de melhores condições de trabalho e salário, além de uma jornada de 10 horas diárias. No entanto, todo movimento teve um triste final com a morte das manifestantes em um incêndio criminoso.
Durante séculos de lutas as relações com o mercado de trabalho, com a família e com a sociedade tiveram transformações ascendentes com o tempo. A trajetória da participação política das mulheres em todo mundo e no Brasil ganharam repercussão através dos meios de comunicação e cada vez mais, foram conquistando seu espaço em todos os setores da sociedade.
Uma data conhecida internacionalmente como um dia especial para todas as mulheres é o símbolo do Mês de Março comemorado pela Secretária de Mulheres da CUT, Sinttel e demais sindicatos.
Voltar